Soft Skills #SQN

Cristiana Lobo | 14.11.2019

Esses dias assisti na Acate a duas palestras sobre competências sociemocionais, ou soft skills, para usar o termo da moda. Os palestrantes eram dois psicólogos considerados referências na área: o pesquisador Hudson de Carvalho, especialista em educação integral do Instituto Ayrton Senna, e Roberta Bonet, personal brain de vários executivos, com atuação em grandes empresas.

A definição exata dessas “skills”, hoje tão buscadas pelo mercado de trabalho, também varia de acordo com a linha de pesquisa. Hudson começou criticando o adjetivo “Soft”, já que segundo ele não é nada leve controlar emoções como medo, raiva, tristeza, entre outras.

Ele destacou como principais competências socioemocionais o autoconhecimento, autorregulação, motivação, coletividade, valores e ética. Roberta incluiu escuta ativa, empatia, foco no resultado, resiliência e trabalho em equipe. Todas, de qualquer forma, estão relacionadas ao conceito de inteligência emocional que se popularizou nos anos 90 com o best-seller de Daniel Goleman.

Também foi interessante a ideia de que a habilidade cognitiva não é separada da socioemocional, como aparece em muitos discursos. É necessário usar características relacionadas às duas no cotidiano e podemos aprender a desenvolver ambas simultaneamente. Técnicas de educação que estimulem interatividade, trabalhos em dupla e em grupo, troca de experiências, ambientes acolhedores, entre outras, foram alguns dos caminhos apontados.

Bonet destacou formas práticas de usar a neuroplasticidade a nosso favor como aprender técnicas de respiração, cuidar da alimentação, fazer exercícios aeróbicos, que oxigenam em torno de 35% a mais o cérebro – e investir no desenvolvimento da consciência por meio de leitura, participação de grupos, terapia, meditação, etc.

Apesar de algumas divergências conceituais, em comum ambos apontaram a importância dessas competências para o crescimento profissional e a possibilidade de construir as ferramentas que ainda não dominamos por meio de processos de aprendizagem. Felizmente.