Painel Funarte de Ensino Coletivo de Cordas acontece nos dias 6,7 e 8 de dezembro na Sala Funarte

Educadores, regentes e coordenadores dos principais projetos sociais do Brasil oferecem palestras, debates e aulas práticas gratuitas


A Fundação Nacional de Artes – Funarte – realiza a primeira edição do Painel Funarte de Ensino Coletivo de Cordas, de 6 a 8 de dezembro, na Sala Funarte Sidney Miller, no Centro. O evento tem entrada franca e oferece uma série de palestras, debates e aulas práticas sobre educação e formação em música. 

O Painel homenageia o violinista Alberto Jaffé, pioneiro no ensino coletivo de cordas no Brasil e responsável pela implantação do extinto Projeto Espiral, criado pela Funarte em 1976.  Vão participar do evento, educadores, regentes e coordenadores de projetos sociais de destaque  de diversas cidades do Brasil, todos atuantes no ensino coletivo de instrumentos musicais.

Dentre os palestrantes destacam-se José Márcio Galvão, coordenador do programa de ensino coletivo de cordas no Instituto Baccarelli, São Paulo; Shinobu Saito, capacitadora de professores certificada pela da Associação Suzuki das Américas (SAA) e primeira professora no Brasil qualificada para treinamento do método Suzuki para docentes; Marcos Rangel, da Orquestra Neojibá, Salvador; Flavia Cruvinel, autora de obras sobre ensino musical e professora na Universidade Federal de GoiásEnaldo de Oliveira, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, que atua em ensino coletivo, a premiada violinista Carla Rincón, entre outros.

Ao reunir grandes nomes do ensino coletivo de instrumentos de várias regiões do país, a Funarte pretende ampliar o diálogo sobre estas atividades e contribuir para a sua expansão. O musicólogo Flávio Silva, Coordenador de Música Erudita da Funarte, avalia que o ensino de instrumentos musicais para grupos tem experimentado grande desenvolvimento no Brasil a partir de ações bem sucedidas em Volta Redonda (RJ), São Paulo (SP), Campos(RJ), Barra Mansa (RJ), Salvador (BA), Recife (PE) e em várias outras cidades. 

“Algumas das orquestras criadas a partir destes trabalhos têm alcançado repercussão internacional graças a turnês realizadas no BrasilEuropa e Estados Unidos. As práticas de ensino coletivo estimulam o espírito de colaboração e diálogo entre as pessoas, rumo à realização de objetivos comuns”, conclui o coordenador.

Projeto Espiral e El Sistema

Funarte desempenhou um papel pioneiro no Brasil ao implantar, em 1977, em Fortaleza, o Projeto Espiral, realizado a partir do trabalho que estava sendo desenvolvido pelo violinista Alberto Jaffé. A extensão dessa proposta gerou núcleos principalmente em Belém, Natal, João Pessoa, Recife, Brasília, Rio de Janeiro, Florianópolis e Porto Alegre (RS). À mesma época era implantado na Venezuela, pelo maestro José de Abreu, um trabalho semelhante, denominado El Sistema, sem que houvesse contato entre ele e Alberto Jaffé. Fatores diversos acarretaram, cerca de dez anos depois, o fim do Projeto Espiral, enquanto o projeto venezuelano manteve e ampliou sua atuação em função dos recursos disponíveis e da atuante liderança de seu criador. El Sistema também influenciou o desenvolvimento de trabalhos análogos no Brasil. Flavio Silva conclui: “Quanto ao Projeto Espiral, apesar de sua descontinuidade, pode-se estimar que deixou uma herança viva. Mais de uma centena de músicos por ele estimulados atuam em orquestras sinfônicas no Brasil e vários são os que receberam de Alberto Jaffé a orientação para a continuidade da tarefa que une o aperfeiçoamento musical à promoção social”.

Palestrantes:

Enaldo Oliveira

Doutor em Regência de Orquestra pela Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, Mestre em Musicologia pela USP e Bacharel em Violino pela FASM. Já atuou como Diretor Artístico e Maestro Titular das orquestras: Sinfônica do Theatro da Paz, Tarisio Filarmônica, University of Wisconsin-La Crosse Symphony, Saint Ambroise University-Community Symphony, Greater Cedar Rapids Youth Symphony, e La Crosse Youth Symphony. Em suas atividades acadêmicas, atuou como professor da UEPA e UW-La Crosse, coordenador pedagógico do Projeto Guri, professor da ULM, professor de Fundação das Artes de São Caetano do Sul. Um especialista em Ensino Coletivo de Cordas, já regeu orquestras profissionais e estudantis nos Estados Unidos, Alemanha, Polônia, Costa Rica Brasil. Atualmente é professor e maestro da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, onde criou o Workshop Internacional de Aprendizado Coletivo de Cordas.

Flavia Maria Cuvinel

Professora Adjunta da Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás. Educadora Musical, Pesquisadora, Violonista; Mestre em Música, área de Concentração Educação Musical (EMAC-UFG) e Especialista em Música Brasileira no Século XX, (EMAC-UFG).Em 2005, publicou o livro “Educação Musical e Transformação Social”, pela editora ICBC de Goiânia-GO. Foi Membro da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura– segmento Música, do Ministério de Cultura (biênio 2013-2014); na Associação Brasileira de Educação Musical foi representante do Estado de Goiás (2005-2008), Diretora Regional Centro-Oeste (2009-2012) e segunda Secretária Nacional da entidade (Biênio 2013-2015). De 2009-2016 foi Coordenadora Geral de Cultura da UFG e 2014-2016 foi Pró-Reitora Adjunta de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Goiás. Atualmente é Doutoranda em Educação, linha de pesquisa “Educação, Trabalho e Movimentos Sociais” (FE-UFG).

Fredi Gerling

Violinista e regente, é Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Recebeu o titulo “Doctor of Musical Arts” da University of Iowa em Maio de 2000.  A sua tese versou sobre análise para interpretação e a análise de interpretações gravadas sendo a Bachiana Brasileira nº 9 de Heitor Villa-Lobos a base do trabalho. Foi regente titular e diretor artístico da Orquestra de Câmara Theatro São Pedro de 1989 a 1995 tendo liderado o grupo em três tourneés internacionais e gravado dois CDs. Nos Estados Unidos da América foi regente da orquestra de cordas da prestigiosa Preucil Music School, referência internacional no ensino de cordas e atuou como solista, camerista e professor em várias outras escolas e orquestras destacando-se entre estas Tufts UniversityNew England Conservatory Preparatory School e Boston Concert Arts Orchestra. Tem atuado como professor convidado e/ou regente em festivais e cursos extraordinários em Belo Horizonte, Campos do Jordão, Curitiba, João Pessoa, Londrina, Brasília, Uberlândia entre outros.

Glória Caputo

Nasceu em Belém-Pará, cidade onde iniciou e concluiu seus estudos de piano com tributo de honra na classe da Professora Dóris Azevedo. Ainda no mesmo Conservatório, realizou seu curso de pós-graduação em piano, recebendo o título de honra 'Carlos Gomes'. Aperfeiçoou-se com Pierre Klose (Universidade da Bahia) e, nos EUA, com Peter Yasbeck, da Universidade da Califórnia (Santa Barbara) e Eduardo Delgado, (Los Angeles). 

Ocupou diversos cargos na área educacional e musical, entre os quais os de Diretora do Instituto Carlos Gomes (1983 a 1986); Vice-Presidente da ABEMUS; Superintendente da Fundação Carlos Gomes (1986 a 1996) e Presidente do Conselho do CCBEU (1994 a 1998)

Desde 1996 é Presidente da Fundação Amazônica de Música e, atualmente, também coordena os Projetos Vale Música e de Interiorização Musical nas cidades de Santa Cruz do Arari e Jenipapo, na Ilha do Marajó-PA. 

João Maurício Galindo

João Mauricio Galindo é Regente Titular da Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo e da Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí. Foi regente da Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo, da Amazonas Filarmônica, e da Sinfônica de São Bernardo do Campo. Como regente convidado esteve à frente de várias orquestras brasileiras e estrangeiras, como Sinfônica de Salvador, de Sergipe, de Campinas, do Paraná, Petrobrás Pró-Música do Rio de Janeiro, Filarmônica de Belgrado (Servia), Sinfônica Siciliana, Sinfônica de Liepaja (Letônia), Acadêmica de Ancara (Turquia), Sinfônica de Bari e Sinfônica de Roma. Foi também regente da Orquestra Sinfônica de Bolsistas do Festival de Campos do Jordão em 1998, 2000 e 2002. Foi um dos criadores da série de concertos infantis beneficentes 'O Aprendiz de Maestro', produzido pela Tucca – Turma Unida Contra o Câncer - realizada com sucesso há mas de 10 anos na Sala São Paulo. Criou e apresenta dois programas na Rádio Cultura FM de São Paulo, 'Pergunte ao Maestro', e 'Encontro com o Maestro'. É autor do livro 'Música, pare para ouvir', lançado pela Melhoramentos no ano de 2009. É Bacharel em Música pela Unesp e Mestre em Musicologia pela Usp.

Liu Man Ying 

Realizou sua graduação em Bacharelado em Instrumento Violino na Escola de Comunicações e Artes pela Universidade de São Paulo (2004), é Mestre em Musicologia pela ECA - USP (2007), Doutora em Música ECA - USP (2012) e atualmente realiza pesquisas de Pós-doutorado no Instituto de Artes da UNESP. Foi professora de violino da Universidade Livre de Música (ULM), CEM Tom Jobim, do Instituto Baccarelli. Atuou como Diretora Educacional do Projeto Guri, coordenadora pedagógica do Projeto A Corda Toda da UNESP e do Projeto Música na Comunidade da Secretaria Municipal de Educação de Guarulhos. Foi professora da Faculdade Paulista de Artes, professora de violino da Faculdade Santa Marcelina e violinista da Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo. Atualmente é professora adjunta de violino e viola do Instituto de Cultura e Artes da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Marcelo Jaffé

Aos seis anos de idade orientado por seu pai, Alberto Jaffé, iniciou o estudo de violino. Aos 14 anos passou a tocar viola, ganhando no mesmo ano o 1o. Prêmio no Concurso Nacional da Universidade de Brasília. Após aperfeiçoamento na Universidade de Illinois e no Centro de Música de Tanglewood, nos Estados Unidos, apresentou-se em vários países, participando de destacados conjuntos camerísticos e orquestrais em diversos Festivais de Música no Brasil e no exterior.

Sua versatilidade já o fez atuar como maestro da Kamerata Philarmonia e como Diretor Artístico da Orquestra Jazz Sinfônica do Estado São Paulo. Atualmente residindo em São Paulo, é professor de viola da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo 'Departamento de Música', diretor da Camerata Cantareira, violista do Quarteto de Cordas da Cidade São Paulo e apresentador da rádio e canal de televisão Cultura.

Marcos Rangel

Mestre em música pela Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é coordenador musical do NEOJIBA, maestro da Orquestra Castro Alves e regente preparador da Orquestra Juvenil da Bahia. Atuou como regente da Orquestra de Cordas de Trancoso – BA, regente da Orquestra Mariuccia Iacovino e regente adjunto da Orquestra Municipal de Campos - RJ, as duas últimas vinculadas ao primeiro núcleo do El Sistema no Brasil; foi professor de Regência Orquestral, Harmonia e Análise no Centro Cultura Musical de Campos/RJ. Participou de cursos Sistema de Orquestas Juveniles y Infantiles de la Venezuela com o maestro Angelino Monroy, de masterclass com o regente Kurt Masur promovida pela Orquestra Sinfônica Brasileira do Rio de Janeiro, de curso de regência no Bard College Conservatory of Music, em Annandale-on-Hudson – NY e também da classe do maestro Isaac Karabtchevsky na Mostra Internacional de Música de Olinda – PE. Em 2012 e 2013 atuou em concertos à frente da Orquestra da Escola de Música da UFRJ e no ano seguinte foi regente convidado da Orquestra de Acarigua-Araure, na Venezuela.

Shinobu Saito

É Doutora em música (performance em violino), formada pela Universidade de Iowa. Trabalha desde 1981 com o método Suzuki, tendo obtido excelentes resultados em ensino de instrumentos de cordas. Lecionou curso de capacitação para professores do método Suzuki em diversas edições dos últimos anos do Festival Internacional de Música do Peru. Seus alunos de violino  participaram do 1º e 2º Encontro de alunos Latino Americanos em 2010 e 2014. Em junho de 2006 obteve o “Teacher Trainer Certificate” da Associação Suzuki das Americas (SAA), tornando-se a primeira professora no Brasil qualificada para treinar professores do método Suzuki. Desde então, tem preparado muitos professores Suzuki no Brasil. Enquanto cursava o seu doutorado, deu aulas na Preucil School of Music, escola particular de música especializada em ensino pelo método Suzuki. Esta escola possui em média 600 alunos Suzuki e cinco diferentes níveis de orquestra de acordo com a idade, habilidade de leitura e conhecimento técnico do instrumento. 


Painel Funarte de Ensino Coletivo de Instrumentos Musicais

Organização: Centro da Música / Funarte
Apoios: Arquivo Nacional, Academia Brasileira de Música, Escola de Música da UFRJ
Dias: 6 a 8 de dezembro de 2016
Local: Sala Funarte Sidney Miller - Rua da Imprensa 16, Centro (RJ)
Horários: 09h30 `as 12h30 e 14h30 às 19h30
Evento gratuito
Inscrições: 
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